O livro é sobre a existência de seres humanos que se desdobram em um universo imenso e indiferente, que carece de ordem ou significado inerente. Não existe uma moralidade predeterminada que defina a vida como boa ou má; em vez disso, as experiências humanas são moldadas por escolhas individuais e crenças pessoais. Samuel Beckett, profundamente influenciado pelo pensamento existencialista, postulou que num mundo governado pelo caos e pela desordem, a existência humana é principalmente uma construção da mente. Para Beckett, o mundo externo consiste apenas em ilusões fugazes e fragmentadas, imagens desconexas que servem apenas para desviar a atenção da realidade mais profunda do pensamento humano. Suas peças refletem essa filosofia, apresentando personagens e cenários imbuídos de uma sensação avassaladora de vazio. Dentro deste vazio, o público não recebe significado, mas é compelido a procurá-lo, extraindo significado daquilo que parece, à primeira vista, ser nada.