The following text field will produce suggestions that follow it as you type.

Notas para uma história do cinema
Notas para uma história do cinema

Notas para uma história do cinema

Current price: $24.50
Loading Inventory...
Get it at Barnes and Noble

Size: OS

Get it at Barnes and Noble
Entre 1946 e 1948, Sergei Eisenstein (1898-1948) tomou notas sucessivas sobre uma história particular do cinema para fins pedagógicos. Para o cineasta e teórico, que havia reformulado constantemente sua reflexão do cinema e das artes ao longo de três intensas décadas, o cinema constituía-se como síntese maior das artes e, sua história exigia uma démarche múltipla para a compreensão dos fenômenos artísticos e sociais que se apresentavam nos filmes. No momento da escrita dessas "notas", sua reflexão teórica - até então ligada a sua produção prática (a defesa dos próprios filmes, manifestos, polêmicas com outros membros da vanguarda, projetos singulares como Glass House e Das Kapital) - se volta para a busca de um "método histórico" que ultrapassa as "escolas", os "programas" e as "tendências" que alimentaram a fase áurea da Revolução. Nessas "notas", fragmentárias por excelência, o que aparece é uma nova faceta de Eisenstein, que se transforma em historiador para pensar o cinema a partir da formulação de um método histórico. Aqui o cinema aparece como objeto de conhecimento a ser construído e não como objeto empírico a ser descrito, o que nem sempre é compreendido nos estudos recentes, muito preocupados com a descrição em si cuja ilusão historicista pretende recuperar o passado em seus detalhes. Em Eisenstein a história não busca uma interpretação factual, azougue editorial mas a síntese original. Uma história "total" e não uma história "geral" de cunho panegírico. A operação historiográfica apresentada por ele trata de forma ampla a evolução do médium cinema, das origens até seu advento e desenvolvimento. A lanterna mágica, os brinquedos ópticos, a fotografia, etc., todos tem seu lugar nessa história do cinema, ao lado do chamado "pré-cinema", da pintura, da arquitetura, da escultura, do vitral, da gravura, da tipografia, dos espetáculos em geral (sombras chinesas, teatro, music-hall, prestidigitação, museu de cera). A atualidade dessa forma de ver o cinema em relação está na maneira como os estudos atuais têm se servido desse tipo de investigação integradora. Como não poderia deixar de ser, o artista Eisenstein desenvolve para sua história do cinema não a lógica da autonomia, da especificidade, pelo contrário, prima pela história comparada. A morte prematura do artista impediu o desenvolvimento de tal projeto, deixando-o inacabado, mas seus fragmentos ainda nos são contemporâneos.
Powered by Adeptmind