A participação dos movimentos sociais

O autor procura compreender os descompassos do fenômeno participativo dos movimentos organizados através do ciclo das políticas públicas em Mato Grosso. Apesar dos avanços e impasses refletidos nas estatísticas da ação estatal e nas literaturas, é muito difícil afirmar se tal contexto está fundamentado na dimensão pública das políticas. Tais dúvidas e o (r)esfriamento dos conflitos colocam em evidência e discussão o quadro de fragilidades das relações estatais em Mato Grosso, cada vez mais demarcado pelo fenômeno da judicialização. Diante deste cenário, a direção da pesquisa é orientada pela convicção de que a ausência de ações de qualificação política para a sociedade civil acirra a erosão entre as dimensões discursivas e concretas, reproduzindo os vazios políticos de desinteresses dos sujeitos pelo "bem comum". A convicção, fundamentada na inquietação da experiência a partir da hipoderme estatal, filia-se às correntes de pensamento que advogam no sentido de que apesar de nossas relações sociais se processarem no Estado capitalista, este não detém o controle total de seus desdobramentos.